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22 de out. de 2009

O REPORTER ( historia)

O REPORTER

Autor: Josimar dos santos

Um rapaz formado em jornalismo recentemente; Foi chamado pelo seu tio, que estava morando em um terreno invadido por sem terras, para que ele fizesse algumas matérias sobre o movimento; Quando começou seu trabalho de entrevista com as pessoas, algumas até gostaram da idéia a maior parte dos sem terra gostaram, mas havia uma minoria sempre implicando com trabalho deste rapaz, ele começou a ver que as coisas ali não eram bem como todos pensam.
Sendo assim; ele fez uma matéria e a leva para seu tio com o seguinte assunto:
_Notei que muitas pessoas não precisam de terras; São mandadas para o movimento apenas para terem o direito da terra, assim que ganham o terreno e repassam para as pessoas que os contrataram, sempre ganham dinheiro por essa prática e depois vão para outro acampamento para continuar a fazer seus trambiques.
O tio do rapaz não gosta muito do resultado do trabalho do sobrinho e falou que não queria mais esse tipo de trabalho, que ele não passasse aquilo para frente, pois poderia lhe causar grandes problemas.
Sem entender muita coisa o rapaz responde que tudo que ele havia escrito fazia parte dos depoimentos ali concedidos; mas que a pessoas pedira segredo sobre seu nome, por isso assim foi feito, prometi que não falaria; Aqui tem muitas pessoas que realmente precisam de um terreno, mas não todas.
O tio desse rapaz pediu que ele fosse embora; ele disse que não iria, pois esse seria o trabalho de sua vida.
Com isso, o tio lhe permite que fique, mas que não espalhe muito que você irá continuar a fazer entrevistas aqui dentro, então o jovem jornalista começa a fazer diferente, arrumou uma câmera fotográfica e disse que só iria tirar foto do pessoal e assim fez, ele era o único que tinha um carro e sim livre acesso dentro do acampamento, sempre escondido dos chefões ele convidava as pessoas para dar uma volta e fora dali ele fazia a entrevista, pagava bebidas para as pessoas e ia perguntando e anotando tudo, uns foram sinceros outros não falavam nada, dizendo que não sabiam direito o que se passava ali dentro, o jornalista ficou trabalhando até mesmo escondido do seu tio, já tinha bastante material como ele, não tinha como guardar, passou a um amigo que trabalha em um jornal muito importante naquela região, pediu esse seu amigo não revelasse nada a ninguém.
Confiando nesse amigo ele passa todo o seu material; No entanto alguém da comunidade começa a desconfiar do jornalista que sempre saia com uma pessoa diferente e demorava voltar, começou a repreender aquelas pessoas que saiam com ele, querendo saber o que aquele jornalista queria, mas ninguém dizia nada ao cara por ele ser um tremendo “puxa-saco” dos chefões do acampamento;
Mesmo assim esse cara foi procurar um dos chefes o Carlos, disse que estava acontecendo alguma coisa estranha com o povo do acampamento, que tinha um jornalista querendo saber das coisas que rolam aqui dentro.
Carlos mandou chamar o jornalista para conversar, então eles começaram uma rápida conversa:
__ O que ele estava fazendo no acampamento e quem o trouxera para dentro?
O jovem rapaz responde:
__ Senhor Antonio! Meu tio, um dos chefes do acampamento havia me convidado para fazer um trabalho a favor do movimento.
O Carlos ficou nervoso e disse:
__ Não quero mais que você faça perguntas a ninguém aqui dentro do acampamento.
__Mas! Senhor Carlos estarei fazendo um material em prol do acampamento .
Por fim o rapaz lhe convence a deixar que continue o trabalho, então Carlos lhe obriga a trazer todo seu trabalho para fazer uma supervisão; Assim foi feito, porém o rapaz que de bobo não tinha nada, começa a escrever um trabalho falso, que era o que ele entregaria para o chefe e outro mais realista que ele guardaria ate a hora certa.
Na tarde seguinte o jovem jornalista leva “o trabalho” para que Carlos avaliar, porém no instante momento Carlos não poderia recebê-lo e pede que o rapaz voltasse na manhã seguinte.
No dia seguinte, cedo, o jovem jornalista bate a porta do chefão, que para sua surpresa o recebe muito bem fazendo grandes elogios as entrevistas, as reportagens e dizendo ainda que caso ele precisasse de alguma coisa, alguma informação ou alguma indicação de entrevista, era só pedir que rapidamente ele fosse atendido.
Aliviado e com total liberdade dada pelo poderoso chefe, o rapaz vai falar com seu tio, dizendo que tinha carta branca do Carlos. Neste momento o tio fica assustado e pergunta se Carlos havia visto todo seu material; o jovem que não é bobo vai dizendo que sim, que ele havia reformulado tudo, que dali pra frente tudo daria certo!
O Tio achou estranho, mas disse que tudo bem, se Carlos tinha liberado, OK! Mas lembro o rapaz que ele deveria mostrar todo o material antes de publicar, já que tem muitas coisas que acontecem dentro do acampamento que só quem mora no acampamento pode saber, que se essas informações caíssem em mãos erradas tudo iria por água abaixo. Mais uma vez o rapaz se conforma e concorda com tudo que o tio lhe fala!
Como bom repórter que se tornara, já tinha seus meios de repreender algumas pessoas, usando métodos não muito convencionais, levava o peões para um bar perto do acampamento, pagava umas pingas e cervejas, logo fazia amizade e dava início ao seu trabalho.
Tinha ajuda de um repórter onde ele passava todo o material mais “pesado” e algumas coisas que ele guardava para mostrar para o tio i para Carlos. E assim foi.
Com o passar do tempo, depois de dois meses que ele estava no acampamento recolhendo informações, pois ele tinha de preparar dois trabalhos, um para o acampamento e outro para o seu amigo repórter, o jornalista sentiu que alguém o estava seguindo, perguntando para outras pessoas sobre ele, começou a ficar com um pouco de medo por que as informações que ele adquiriu poderiam prejudicar muitas pessoas ali dentro do acampamento, principalmente seu próprio tio.
E o tio que um homem muito mau, já havia matado a própria mulher e vivia espancando os próprios filhos, o Carlos sempre mandava matar para não sujar as próprias mãos e qualquer um desses dois poderia ter colocado alguém para ir atrás do rapaz, para matá-lo e o seu amigo repórter sabe toda a historia, mas não tinha como, os dois se conheciam desde criança, estudaram juntos e o repórter teve mais sorte porque um dos irmãos dele é dono de um jornal de grande circulação da cidade e tem muito contato com as redes de televisão; o jornalista não só tinha conseguido material escrito como também muitas fotos e gravações, então era um material que nenhum outro jornalista teria conseguido.
E foram passando os dias. Ao sair do acampamento aliviou-se ao ver que ninguém o seguia e quando volto viu que seu tio estava com uma expressão estranha, e o Carlos também, foi quando o chefe para mais uma conversa e disse:
_Olha aqui rapaz, eu sei qual é o seu negócio aqui dentro e quero que você me explica tudo que fez, viu, fotografou e filmou aqui dentro, vamos até sua casa que eu vou pegar tudo que você tem lá, e ainda vou levar seu tio conosco.
Foram pra casa do rapaz com mais três capangas do chefão pegaram todo o material que ali estava, e disseram ao jornalista que não voltasse ao acampamento enquanto eles não lessem todo o material recolhido.
Com o passar do tempo, rapaz conversa com o seu amigo que havia guardado todo o material “pesado” e pede alguns conselhos. O amigo lhe diz para viajar, ficar uns tempos fora, que ele guardaria todo o material a sete chaves.
Porém o jovem decide não viajar, e curioso como sempre, decide procurar o dia no dia seguinte para saber como andavam as coisas no acampamento.
Ao falar com seu tio, tem uma boa notícia sobre o relatório de Carlos sobre o material, ao saber que mesmo eles não gostando muito do material, ele seria perdoado por não ter publicado em jornal algum, sendo mais uma vez aconselhado pelo tio para que não falasse com ninguém sobre o que ele via dentro do acampamento, e que não procurasse mais ninguém do acampamento, pois as coisas poderiam piorar para o lado dele.
Seguindo o conselho de seu tio, pois sabia que as coisas estavam ficando perigosas para ele, foi embora do acampamento de uma vez por todas.
Passado alguns meses que toda aquela confusão havia acabo, num belo domingo sentado em sua casa assistindo televisão, de repente, uma bala perfura sua cabeça, lhe tirando a vida no mesmo instante.
No dia seguinte seu amigo repórter resolve lhe fazer uma visita, ao chegar e ver que a porta não estava trancada e foi logo entrando, já um pouco desconfiado ele percorre a casa toda e ao chegar à sala se depara com o corpo de seu jovem amigo estendido no sofá, coberto por sangue e moscas, sai correndo e chama a polícia.
No interrogatório, a polícia pergunta ao rapaz se o jovem tinha algum inimigo, mas ele diz não saber de nenhum, pois o rapaz era bem quisto por todos, que não teria como ele ter nenhum inimigo, que poderia ser uma bala perdida. A polícia resolve chamar a perícia para averiguar o caso.
O reporte decide ir ao acampamento para avisar ao tio do rapaz, ficando assustado com a reação do tio, que lhe disse que não ficava surpreso, pois já sabia que seu sobrinho mexia com pessoas que não devia, o pior é que tinha sido ele mesmo que chamara o rapaz para fazer a reportagem no acampamento, sobre o movimento; o repórter falou que não sabia que ele estava trabalhando no acampamento e também não disse que era repórter e nem conhecia muito o jornalista e perguntou o tio:
_Será quem iria matá-lo?
O tio respondeu:
_Olha rapaz, esses assuntos a gente não comenta aqui, é melhor a você ir embora, muito obrigado pelo aviso, e vai indo!
O repórter saiu desanimado com o homem que parecia ser bem ignorante. O tio do jornalista procurou Carlos e falou com ele o acontecido. Carlos fica assustado e responde:
_Como isso pode ter acontecido? Ele é um rapaz bom e honesto, uma pena a cidade estar tão violento, meus sentimentos pela sua perda.
O tio acha muito estranho o comportamento de Carlos e começa a ficar desconfiado de que ele poderia ter mandado matar o jovem, uma vez que ele tinha o costume de pagar capangas para matar, já matou muitos. O tio liga para a polícia e pede para que eles irem ao acampamento investigar a morte de seu sobrinho.
No dia seguinte aparece um detetive para fazer as investigações, primeiro indo ao próprio tio, perguntando:
_Qual era a função do jovem José Carlos aqui no acampamento?
E o tio responde:
_Ele era meu sobrinho! Eu o chamei para que fizesse uma reportagem sobre o acampamento, pois ele tinha formado a pouco tempo em jornalismo; Ele fez todo o material e passou para mim e para o Carlos para darmos uma conferida.
O detetive leva todo o material para a delegacia, depois de uma semana manda uma intimação para Carlos comparecer a delegacia.
Carlos vai à delegacia para depor, os policias viram a ficha dele vendo que Carlos tinha cometido vários crimes, porém, não tinha nada a ver com o assassinato do jovem repórter. Com o passar do tempo, os policias quebram a cabeça para resolver o caso, mas nada encontraram e nenhuma prova aparecia para ajudar na resolução.
Quatro meses se passaram, quando sai uma matéria, na capa do maior jornal da cidade falando do assentamento; Depois a matéria é divulgada na televisão em várias emissoras, com o título:
O Movimento dos Não Necessitados
Todos ficaram chocados com o que viram; o tio e Carlos vão atrás da policia para saber quem era o responsável pela reportagem, a polícia procura o primeiro jornal que divulgou a reportagem para saber quem era o jornalista. Ao achá-lo, decidem interrogá-lo:
_Onde o senhor conseguiu este material?
Ele repondeu:
_Eu fiz escondido no acampamento e tinha que publicá-la!
O detetive:
_O senhor conhecia o jovem José Carlos?
_Não senhor.
O detetive insiste:
_O senhor tem certeza que não conhecia o José Carlos que se formou e foi morto ha pouco tempo?
O rapaz reafirma:
_Não senhor, eu não o conhecia!
Com isso o detetive manda o rapaz embora, e retoma as investigações sobre caso do jovem assassinado. Com o tempo, o experiente detetive começar a ligar os pontos; No dia do assassinato o repórter foi quem ligou para a polícia, e que ele havia achado o corpo, mesmo assim ele afirmou que não conhecia o rapaz; O detetive intima o rapaz para um novo depoimento.
No dia seguinte o repórter aparece na delegacia, acompanhado de seu advogado, achando que seria mais uma vez interrogado pela reportagem.
Quando ele chega na sala do interrogatório ele percebe que se tratava do assassinato do José Carlos.
Detetive começa o interrogatório:
_Onde o senhor estava no dia do assassinato do jovem José Carlos?
O que fazia no apartamento do assassinado? Por que disse que não conhecia o rapaz?
O rapaz sem muitas alternativas foi logo dizendo:
__ Não sou obrigado a responder, devido não me recorda desta data.
Com este argumento ele cai em contradição e o detetive confirma:
__Como o senhor não lembra! Sendo que foi quem ligou para policia?
__Ha sim! Recordo-me agora.
__O senhor foi quem assassinou o repórter?
Depois de muita pressão do detetive, ele decide contar toda a verdade:
_Eu quem matei o José Carlos! Guardava todo o material, mas ele não queria que eu publicasse então eu resolvi matá-lo para que pudesse ficar com a matéria, finalmente publicá-la e ficar com todo o crédito para mim.
__Ok! O senhor esta preso,tem o direito de um advogado e tudo que o senhor disser pode ser usado contra você no tribunal.
Assim foi resolvido este crime, o assassino foi condenado e tudo esclarecido.
Como em todo caso em nosso país esse não terminou diferente, o assassino cumpre pena em liberdade, o tio e o chefão Carlos, foram presos por todos os seus crimes e todos do acampamento foram investigados, um por um, os que mereciam as terras com elas ficaram, mas a maioria foi presa por formação de quadrilha. FIM
Josimar dos santos- Viçosa-MG- BR
jjradioqfm@yahoo.com.br
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5 comentários:

Anônimo disse...

Otimaaa historia
uma de minhas favoritas

Sobrinho disse...

OLÁ JSIMAR, MUITO BOAS SUAS HISTÓRIAS. ESPERO QUE AS PUBLIQUEM UM DIA . ABRAÇOS- MANOEL-CAÇAPAVA-SP

fotos disse...

parabéns está ótimo

fotos disse...

parabéns está ótimo

Leandro Pimenta disse...

Josimar,

Show de bola a história!
Existe muita coisa envolvida dentro do MST, ao longo do tempo essa história pode até ter ocorrido.
Tem muita coisa que a gente não sabe.

Abraço